segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
sábado, 4 de fevereiro de 2017
Na divisa de dois mundo eu não vivo. Suas escolhas não decidiram o meu presente, eu decidi!
“Minha vida é como observar um
lago em um dia de sol sem fortes ventos”
Li isso e pensei em minha vida ;
Como descreve-la da forma que ele descreveu a
vida dele? Vou também usar elementos da natureza: Minha vida é quase como
observar um furacão Catrina,acompanhado por um grande terremoto no leito do mar
seguido por um grande Tsunami de proporções trágicas.
Tem dias que minha vida
é simplesmente um caos! (Só para constar, acabei de comer algo bem doce e estou
extremamente enjoada, açúcar entra muito rápido na minha corrente sanguínea e
joga minha taxa glicêmica la nas alturas,falta de costume eu acho, mas preciso
escrever porque é agora o tempo que tenho).
Eu sentia a falta dele todo tempo,
e até voltarmos a nos comunicar no fim do ano passado , eu sofria muito sua
ausência, mas esta simples frase dele , me fez entender, como ele seria
infeliz comigo, como seriamos infelizes juntos,como a vida é interessante, uma
movimentaçãozinha mínima e tudo muda , fica diferente , se eu não tivesse
tomado esse caminho com certeza , eu hoje seria uma pessoa bem diferente...
Talvez melhor , talvez pior. Quem
é que pode saber?
E quanto a este amor tão grande ?
Não sei como uma simples frase
conseguiu mudar tudo . Mas o incrível nisso é que mudou. Como se ele me
manda-se uma direta:
“Voce é um caos. Eu estou na paz! Paz que eu
não teria com voce”
(Nossa ainda me sinto extremamente
enjoada.)
Na véspera de ano novo , agora em
2016 para 2017, eu voltava do Extra la do centro, já no fim do dia
.O hipermercado fechou por volta das 18 horas e por volta disso voltava com as meninas
, havia planejado o romper o ano novo com elas em casa , assistindo TV e
comendo "gordices", como estava muito quente , resolvi sair com elas e abastecer
a geladeira de sorvete, no caminho de volta o farol fechou bem em frente aquele posto de
Gasolina , próxima a calçada da Toddy, ali onde tem a feira de sábado, onde na
semana fazem emplacamento de automóveis, ali na Tancredo Neves.Vi quando uma
cachorrinha veio cambaleando do canteiro central para atravessar , em busca de
uma sombra do outro lado, que apesar do adiantado da hora, mesmo sendo horario de verão na verdade era ainda por volta de 17 horas o calor ainda se fazia muito grande , a vi passar
pelo meu carro , mas não a vi chegar a calçada, o farol abriu, mas não
arranquei, pois fiquei na duvida olhando pelo retrovisor , para ver se ela havia passado por baixo e saído atrás do carro, onde esta essa cachorra eu me perguntava? Inclinei o corpo para frente e vi as
costas dela, ela estava deitada na frente do meu carro, liguei o pisca alerta e
saí , ela havia desmaiado em frente ao meu carro, não tinha muito tempo
para pensar então coloquei-a na calçada e fiz menção de voltar ao carro para
pegar uma garrafa de água que sempre tenho comigo, principalmente em dias de
calor como aqueles e ainda mais com a presença das meninas no carro tenho que
ter água, mas nesse movimento de coloca-la na calçada , percebi que a bichinha
estava com a barriga toda queimada, e não era algo tipo uma irritação, ela
estava realmente com queimaduras de terceiro grau !! Fiquei sem chão e meus
olhos se encheram de lagrimas , voltei ao carro dei uma ré e estacionei em cima
da calçada, peguei a garrafinha de água abri a porta do passageiro e a porta de
trás para entrar ar para as meninas, e tentei fazendo uma “cuia” com as mãos
colocar água na boca dela , assim que a água caiu ela começou a sorver a agua ,
retornando a consciência, estava mesmo com muita sede, muita dor , ofegante nem
se mexia, esperava a agua cair para sorver , com o focinho meio de lado,
certamente naquele momento a morte lhe seria um alivio.
Um carro da Policia de transito
parou atrás do meu, e dois agentes desceram , pisca alerta ligado queriam se
certificar , se realmente o carro estava quebrado, respondi que não e expliquei
a situação a eles , que prontamente entenderam . De qualquer forma eu não podia
ficar ali, eu tinha que prestar socorro a ela , mas era tanta pulga e tanta
sujeira, que não sabia onde coloca-la no carro, juro não fosse pelas meninas ,que
se danasse o estofado , mas com as meninas ali ?
Fui procurar no carro algo para
enrola-la mas não achei nada, então um dos agentes me ofereceu uma capa de
chuva que estava na viatura, que aceitei de pronto , forrei o banco da frente e
a deitei lá.
Achei logo um hospital veterinário
e além das queimaduras ela tinha um sangramento vaginal muito forte que não
parecia ser cio,estava bem desidratada e com muitas lesões oculares, não se
mantinha em pé, mas aceitou a alimentação enquanto era examinada.
Feito todos os primeiros
procedimentos , uma tosa e banho se fizeram necessária, o médico veterinário
que iria fazer a ultrassonografia só iria voltar após as 22 horas e nem me dei
conta do adiantado da hora, quando a outra veterinária me disse isso! Meu Deus
eu precisava levar as meninas para se alimentarem, precisava tomar um banho,
dar-lhes um banho , tinha também a Meg sozinha em casa, estava preocupada com a
reação dela aos fogos, tem cachorrinhos que ate morrem com o susto e o medo ,
precisava ir em casa de qualquer jeito! Deixei a paçoca aos cuidados
veterinários ( Sim paçoca o nome que a Batata escolheu para cachorrinha) e
corri pra casa,só em casa me lembrei do sorvete totalmente derretido no porta
malas , kkkk, tomei rapidamente um banho
com as meninas e as deixei mais um pouco na água brincando, enquanto preparava rapidinho
um macarrão com brócolis para jantarmos, recebi uma ligação de uma amiga
expliquei o que estava acontecendo e que por este motivo não poderia me
estender no assunto e saí novamente para o veterinário, dessa vez além das meninas levei também a Meg a
tiracolo.
Cheguei e encontrei uma paçoca bem
diferente do que tinha deixado, já estava tosada e de banho tomado , o Capstar
já havia expulsado todas as pulgas, curativos feitos, faltava apenas a
Ultrassom para definir ou não a internação , mas o médico não chegava.
A repolho cansada pegou no sono em um dos sofás da recepção, enquanto a batata assistia interessada um canal infantil
que a assistente da veterinária havia colocado para elas,não havia mais ninguém
lá, apenas nós...
Sentada na recepção fiquei
analisando a situação que eu me encontrava: Olhei para o relógio, faltavam 3
minutos para meia noite, não pude de deixar de pensar nele, no quanto tudo em
volta dele naquele momento deveria estar diferente da minha realidade, pensei
na família reunida, na mesa farta , no brinde,na paisagem provavelmente
paradisíaca no cheiro do mar e no barulho das ondas...
Lembrei
do lago, lembrei da calmaria...Me lembrei da frase... Me lembrei com muita tristeza
de todos os nossos planos...
Fui arrancada dos meus pensamentos
pelos fogos que começaram a iluminar os céus, e pelas felicitações de feliz ano
novo dos funcionários da Clinica que se confraternizaram ali mesmo na recepção,
abracei e beijei minhas pequenas , acordei a dorminhoca e as levei para fora ,
para o estacionamento para verem os fogos.
Saí da Clinica quase 2 horas da
madrugada, com nada mais nada menos que duas crianças, duas cachorras e sem
metade do meu décimo terceiro na conta (deveria ter estudado veterinária, como
cobram caro).
Já em casa fui ajeitar todo mundo
em seus cantinhos, nesses momentos que vejo como sou sozinha, primeiro tirei
uma do carro , depois vim pegar a outra , já que as duas dormiam e não tive
coragem de acorda-las, mas isso são peças que a solidão as vezes tenta me
pregar,pois não me sinto sozinha , quando por exemplo, preciso trocar o pneu do
meu carro, ou quando a ventuinha do carro da minha amiga não funciona e o
termostato acende faltando mais de 200 km para chegarmos em casa, e consigo
ligar no direto com um arame a ventuinha deixando a amiga de boca aberta
achando que sou a versão feminina do “Magaiver”,( verdade seja dita; me senti
fodástica mesmo nesse dia kkkkk),não existe nem um pouco de solidão , quando
abro o aplicativo do meu banco e pago em dia minhas contas, não existe solidão
nas minhas planilhas de orçamento doméstico, não me sinto sozinha sequer quando
me auto socorro com dor, quando meu lúpus mostra sua cara feia...
É só uma pegadinha da solidão, mas
esse caos que é minha vida, essa coisa de ter que chegar correndo em casa todos
os dias para cuidar de tudo, as correrias da manhã, a casa , as cachorras , as
crianças , as dívidas , minha saúde, minha pouca beleza, minhas frustrações e
neuras, as minhas chatices, minhas limitações, o meu sempre racionalizar e a minha
eterna busca por igualdade , bondade,justiça e respeito a qualquer custo, só me
fazem olhar ao redor e entender duas coisas:
1. Não tenho tempo para sentir
solidão.
2. Jamais conseguirei dar a ninguém
uma vida de “lago de águas calmas”, pois eu sou um caos.E eu mesma provoco
isso, e é estranho pois eu só sei viver
assim, me doando,e acreditem já vivi de outra maneira; sendo dondoca , olhando
apenas para o próprio umbigo, gastando um dinheiro que eu não havia trabalhado
para ganhar, e nessa época mesmo estando vivendo um momento único na minha
vida, que foi o meu casamento; Eu estava muito sozinha, eu tinha tudo: Atenção,
dinheiro, carros de luxo, carinho, cuidados, festas, casa sempre cheia ,
rodeada de pessoas sempre, viagens ,o que eu quisesse me era permitido ter... Mesmo
assim nunca me senti tão sozinha, a solidão era uma constante em minha vida e
me dominava sempre, me abatia sempre, me adoecia constantemente.
Precisei mudar minha vida, rever
meus valores... Precisei sofrer para entender que nem sempre aquilo que
queremos muito , nos é conveniente, nem sempre ser muito boa significa ser o
melhor para alguém.
Sofri muito a desilusão de não ter
este amor, sofri muito por sonhar todos
os dias vivendo este amor, até ele me mostrar (talvez mesmo sem querer) que eu
não era o melhor para ele... Não sou, nem jamais serei o lago calmo de ninguém.
O que tenho para oferecer?
Duas crias para me darem problemas
e dores de cabeça até o ultimo dia da minha vida, duas cachorras mijonas, uma
mania de limpeza que não me deixa sossegar em casa até achar que tudo esta limpo
e organizado (mas imagina : Uma só para limpar para quatro sujar?), quase sempre com
muito sono, com um pouco de mal humor pela manhã, sempre endividada, rss,
sempre cansada,todas as noites apago com um livro na mão, livros esses que quase
sempre não leio até o final , ou se leio pulo do meio pro fim para não perder
tempo, babo de camisetão mesmo os travesseiros, e minhas camisolas de seda com
renda estão virando peças de museu, pois não há oportunidade de usa-las...Uma
vida enfiada em casa , é muito raro a vontade de sair, de socializar, tenha
preguiça mental de ficar em roda de bato papo, me falta força de vontade, e
falta vontade de ter forças para me esforçar por uma relação, é muito comodo
não ter que se esforçar para agradar alguém.
Mesmo assim ,sinto que estou construindo
algo aqui...
Dizem que entre a Áutria e a
Itália, tem uma parte nos Alpes que se chama Semering. É uma parte difícil de
subir, e é muito alto nas montanhas.
Eles construíram um trilho nestes
Alpes para ligar Viena e Veneza, mesmo antes de existir um trem que pudesse
fazer a viagem, mas eles construíram porque sabiam que um dia o trem chegaria,
eles construíram de qualquer forma, eles acreditavam que um dia o trem viria...
É o que tenho feito aqui: Construido
meus trilhos, a espera do meu trem, que
ele chegue mesmo sabendo que meus trilhos são incrivelmente íngremes, não dá
para ser diferente, qualquer curva no caminho deste trilho e eu levaria a outro
lugar. Eu seria diferente. Não posso ser diferente, não posso ser lago de águas
cálidas e tranqüilas, mesmo que ser assim como sou, me mantenha para sempre
sozinha.
Para a pessoa errada , eu jamais
terei valor nenhum, mas para a pessoa certa
sei que serei tudo!
Quando falo sobre estar
construindo algo aqui, nada tem nada haver com casa , com bens materias, afinal
o que são 4 paredes?
Elas são o que elas contém.
A casa apenas protege o sonhador,
e eu jamais deixarei de sonhar...
Parei de sofrer, porque entendi
também que: Arrependimento é o passado torturando meu presente e estragando meu
futuro, nada mais posso fazer para mudar o que ficou no passado, “ e se...” “ e
se talvez...” não são mais uma opção pra mim.
Para ele, coisas extremamente boas
aconteceram praticamente no meio do jogo, mas isso não quer dizer que, coisas
inexplicavelmente boas não possam me acontecer também...
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